Neste mês de outubro, mês dedicado às crianças, gostaria conversar com vocês de forma bem prática, com perguntas e respostas sobre o tema: nevos melanocíticos congênitos.
Vamos lembrar que “nevo melanocítico” é o termo médico para “pinta”. Assim, nevo melanocítico congênito é uma pinta de nascimento. As pintas de nascimento são percebidas logo ao nascimento do bebê, ou podem surgir até os dois primeiros anos de vida.
A principal importância está no fato de que existe uma associação de risco para o desenvolvimento de melanoma (um câncer de pele agressivo) no nevo melanocítico congênito. Este risco está relacionado ao tamanho do nevo, sendo que quanto maior o nevo, maior o risco.
A literatura médica classifica o nevo melanocítico congênito de acordo com o seu tamanho sendo medido em cm pelo seu maior diâmetro:
Da mesma forma existem diferentes estudos científicos que quantificam uma porcentagem de risco de evolução com o câncer de pele que varia:
Durante a gestação, mesmo com excelentes exames de imagem, como ultrassonografias em 3D ou 4D, ainda não é possível reconhecer o nevo melanocítico congênito — inclusive os gigantes.
O reconhecimento ocorre ao nascimento, sendo importante diferenciá-lo de outras alterações congênitas da pele, como hemangiomas ou manchas café-au-lait.
Primeiro: avaliação com dermatologista. Ele irá orientar os cuidados necessários e verificar a necessidade de realizar outros exames, como dermatoscopia digital ou ultrassom dermatológico.
A indicação é realizar avaliação e acompanhamento com dermatologista, com dermatoscopia manual e/ou digital anualmente.
Com esse acompanhamento anual, caso apareça alguma alteração suspeita para melanoma, ela poderá ser reconhecida precocemente.
A decisão entre manter apenas o acompanhamento clínico ou realizar cirurgia para remover o nevo congênito deve ser individualizada, considerando características como localização, tamanho e a possibilidade de cicatrização após o procedimento.
A definição terapêutica entre manter o acompanhamento clínico x realizar cirurgia para remover o nevo congênito deverá ser individual considerando característica da localização, tamanho e cicatrização após o procedimento.
Existem muitos outros detalhes e dúvidas que precisam ser discutidos sobre este tema, e que irei trazer em um próximo post.
Se você tiver alguma dúvida, entre em contato.
Espero ter ajudado.
Referência: Congenital melanocytic nevi and risk of melanoma.
Pastore LM, Valentini R, Marghoob AA. Clin Dermatol. 2025
